Aquele momento.

Sabes aquele momento em que respiras fundo, repensas a tua vida toda e pensas: finalmente estou livre, finalmente sou eu própria!
Eu tive esse momento a semana passada quando mudei de casa. E tive quando cheguei a Inglaterra.
Porquê? Bem acho que porque acho me sinto capaz de ser eu própria, de voltar a ler e a escrever, de voltar a rir me das minhas parvoíces, de ser quem eu era antes da vida me dizer quem eu tinha de ser.

Mulheres

Mulheres. Esta palavra deve ser alvo de tanto temor pelo mundo que leva os homens a sentirem superiores ou algo do género.
Na realidade, ser mulher implica muito mais do que ser homem e sem querer parecer demasiado feminista, somos mais fortes do que muitos homens.
Ser mulher. Desde que pequena que aprendi vários significados desta palavra.
Mulher tem mudanças de humor drásticas, tanto podemos ficar uma semana na euforia total como na semana seguinte estarmos com vontade de nos atirarmos de uma ponte.
Reza a lenda que a mulher tem de saber cozinhar, limpar a casa e cuidar da casa. Tem de fazer a depilação, ter as curvas perfeitas, vestir bem, ser delicada e educada.
O pior disto tudo é que nós, mulheres reais, cujo peso não é o ideal, e cuja maquilhagem raramente sai da gaveta nunca estamos feliz, e cada vez me convenço mais que é uma condição humana e não só das mulheres.
As mulheres gostam de surpresas, mas depois queixam-se porque não gostaram disto ou aquilo na dita surpresa.
Gostam de homens ben arranjados, com um bom perfume, barba feita e um sorriso nos lábios, mas depois queixam-se que elas olham para eles demais...
Gostam de pequenos almoços na cama, mas depois a logística da coisa nunca corre Bem e acaba sempre por cair aquela nódoa maravilhosa nos lençóis ou no pijama.
Gostam de dormir de conchinha, mas a meio da noite deitamos de barriga para baixo e ressonamos ruidosamente.
Somos umas insatisfeitas por natureza e queremos/esperamos sempre que eles nos entendam, nos adivinhem, e nos compreendam, mas na verdade se nem nós nos entendemos como podemos pedir a outra pessoa que o faça?
Devemos ser mais compreensivas, connosco e com os outros, talvez assim o mundo, o nosso pequeno mundo se tornasse menos difícil de enfrentar.

O meu porto de abrigo.

Durante algum tempo, a maior parte da minha vida, a minha família foi o meu abrigo. Depois quando cresci foram os meus amigos e por mim, foi o meu namorado.
Todo este apoio incondicional destas pessoas deixou-me indefesa perante a vida r agora, que a vida me diz para seguir sozinha dou comigo sem saber o que fazer, o que dizer, para onde ir. Sinto-me uma ave sem rumo, com asas mas que não sabe voar, que até já soube para onde ia e pelo que lutava mas que hoje em dia se esqueceu. Não do mundo, mas como viver nele sozinha.
Como não chegar a uma casa vazia e não se sentir só, ou como não olhar para o telemóvel à espera de uma mensagem de carinho e o que se recebe é publicidade de redes de telecomunicações ou a restaurantes/hipermercados.
Hoje é domingo, e hoje, só hoje, estou triste comigo mesma porque já não sei ser eu, tornei-me num reflexo do que era perante as outras pessoas.
Amanhã é um novo dia para enfrentar todosos meus fantasmas outra vez, e reaprender a ser eu mesma. Reaprender a voar por mim própria.

Cumplicidades e pessoas boas

A beleza das pessoas prende-se muito mais do que fisicamente, é uma beleza espiritual, não só aquela capacidade de se colocar no lugar do outro sem problemas, mas sim numa busca constante pelas soluções para os problemas dos outros.
Acredito em sorrisos sinceros, acredito na sinceridade e na honestidade, mas acima de tudo acredito que ainda existem boas pessoas neste mundo.
Acredito no perdão, acredito que toda a gente merece uma segunda oportunidade, mas não acredito em pessoas que me mentem só para obter algo em troca.
Acredito que nada acontece por acaso, e que amigos são anjos que entram na nossa vida para nos darem a mão quando mais ninguém nos entende.
Acredito em cumplicidades que não se explicam, e nas pequenas coisas.
Ai essas pequenas coisas, fazem toda a diferença...

Vocês, sim vocês que comunicam comigo apenas com um olhar, que me compreendem até quando eu não me compreendo e que me chamam com o olhar, vocês são especiais, e acredito que vamos ser cúmplices o resto da vida, porque acreditar nisso faz-me ver o mundo de outra forma e porque vocês conseguem alegrar-me os dias mais cinzentos!!

Dizem que não temos só uma alma gémea, mas várias, e que ao longo da vida podemos cruzarmos-nos com várias e nunca as identificarmos... No entanto, a meu ver, os olhos são o espelho da alma, e são poucas as pessoas que consigo olhar nos olhos, por medo, por vergonha, ou simplesmente porque não consigo, portanto, as pessoas que me fazem olhar nos olhos desarmam-me e quase que fazem de mim "gato-sapato", talvez por eu ser boa demais, mas desejo aos meus amigos a felicidade que eu sempre gostei de ter, porque se vocês estiverem bem eu estou, se estiverem mal ou também vou estar.

Gosto do mar,
Gosto do sol,
Gosto de cães,
Gosto de cavalos,
Gosto daqueles mimos que os amigos partilham sem ninguém entender,
Gosto daqueles momentos silenciosos em que ninguém fica constrangido,
Gosto de rir até doer a barriga,
Gosto de Sorrisos sinceros,
Gosto de encontros de família,
Gosto de ficar a lareira com uma manta nas pernas,
Gosto do natal,
Gosto de cantar e dançar,
Gosto de tudo o que me faz sentir viva :)

A morte.

Dizem que de uma forma ou outra a morte marca-nos a todas, mas a algumas pessoas mais que outras e outras a quem a morte é apenas mais uma das coisas que acontecem na vida, eu começo a achar que sou uma das ultimas.
Quando eu tinha 22 anos uma das minhas melhores amigas suicidou-se, e criou em mim um sentimento de culpa e ao mesmo tempo deu-me vontade de continuar, de melhorar, de fazer exercício e de tornar-me em alguém que eu sempre disse que queria ser mas nunca lutei por ser.
Na altura eu emagreci, pesa quase menos 20 kg do que peso agora, o problema, bem há sempre um ou vários problemas, e a minha vida foi-se complicando e foi dando mais voltas e de facto a morte dela já não tinha o impacto em mim que teve e eu desleixei-me, deixei de me cuidar, e deixei que a correria da vida e os meus nervos tomassem conta de mim.
Este ano a minha avó paterna, com quem eu não tinha muito contacto, também faleceu. E apesar de eu ter ficado triste sei que foi o melhor.
O impacto desta morte para mim foi um misto de emoções, estava triste mas ao mesmo tempo não sentia nada...
Por sua vez, a morte do cavalo que eu montava deixou-me de rastos. Foi como se o meu sonho acabasse... e foi muito triste.

18 Fevereiro.

Terça feira, dia 18 de Fevereiro de 2014.

Porque é que o ser humano é tão complicado?
Porque e que vivemos num país em que quem não tem médico de família tem de perder um dia para ter uma consulta???
Enfim, as minhas "lutas" já tiveram melhores dias...

tenho alturas que acho que sou uma sortuda, outras que não presto para nada.
Alturas em que me apetece fazer dieta e inscrever-me no ginásio. Outras em que só me apetece hibernar.

Serei normal?

Se perguntarem por mim vou estar a sonhar com isto,

"Eles não são perigosos se os criarmos bem... e nem os cães"